Exposição e série coreográfica homenageiam Mestre King durante Consciência Negra

Uma das fotos que fazem parte do acervo da exposição
Divulgação

Neste mês de novembro, em que se celebra o Dia Nacional da Consciência Negra (20 de novembro), o grupo Gênesis e a Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB), entidade vinculada à Secretaria de Cultura do Governo do Estado (SecultBA), em parceria com a Superintendência de Desenvolvimento Territorial da Cultura (Sudecult), através da Diretoria de Espaços Culturais (DEC), fazem uma homenagem ao coreógrafo baiano Mestre King, artista precursor da dança afrobrasileira, uma das fundamentais expressões artísticas da cultura e identidade negras na Bahia. O Espaço Xisto Bahia vai sediar a Exposição Mestre King, com abertura no dia 5 e novembro, às 19h30, e a série coreográfica Retrospectiva, entre os dias 5 e 7. A programação também comemora os 38 anos do Gênesis, criado por King em 1976.

A exposição, com visitação gratuita, ficará em cartaz até 30 de novembro. Ela retrata a trajetória profissional deste que foi o primeiro homem a se graduar em Dança pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), desde sua experiência acadêmica até se tornar coreógrafo renomado. Com curadoria de Álvaro Villela, a mostra reúne fotografias de autoria de nomes como Any Valette e Rafael Martins, fotos do acervo pessoal de Mestre King, além de registros de sua mais recente criação, o espetáculo Opaxorô, que, sob uma perspectiva contemporânea, faz a narrativa coreográfica de uma das mais belas lendas dos orixás: a viagem de Oxalá para a terra de Oyó, ou terra de Xangô.

Uma sessão desta montagem, inclusive, marcará a abertura da mostra, dando também início à temporada da série Retrospectiva, com três espetáculos do repertório do grupo, encenados em três dias seguidos.Depois, no dia 6 de novembro, será a vez de Aruanda, de José Ricardo Santos, que traz manifestações indígenas para a técnica moderna, numa visita ao folclórico e às forças das florestas. Por fim, no dia 7, a nova montagem Vênus, do coreógrafo Paco Gomes, encerra a tríade. Os ingressos custam R$ 5,00 e R$ 2,50.

Considerado uma das maiores autoridades em tradições da música e dança afrobrasileiras, Raimundo Bispo dos Santos, baiano conhecido internacionalmente como Mestre King, professor e coreógrafo, desenvolveu um método que misturava elementos de danças folclóricas e populares brasileiras com as dos orixás do Candomblé, que resultou na dança afrobrasileira. Ele montou mais de 100 coreografias e dividiu seu conhecimento em diversos países do mundo. Aos 71 anos, este Mestre, ainda em plena atividade, oferece aulas regulares na Escola de Dança da FUNCEB.